Blog do Grupo de Oração Sangue de Cristo

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quarta-feira, 21 de abril de 2010

O ESPIRITISMO NÃO É CRISTÃO - PARTE 1

“Eu te conjuro em presença de Deus e de Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, por sua aparição e por seu Reino: prega a palavra, insiste oportuna e importunamente, repreende, ameaça, exorta com toda paciência e empenho de instruir. Porque virá tempo em que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação. Levados pelas próprias paixões e pelo prurido de escutar novidades, ajuntarão mestres para si. Apartarão os ouvidos da verdade e se atirarão às fábulas.” II Tim 4,1-4

Chico Xavier está na moda. Só se fala nele – sua caridade, seus ‘dons extraordinários’, sua bondade e mansidão, seus escritos cheios de sabedoria. O filme de Daniel Filho sobre o maior expoente do espiritismo no Brasil é sucesso absoluto de bilheteria e reacendeu o interesse pela doutrina espírita. Esta é, portanto, como diz São Paulo, uma grande oportunidade para pregar a palavra, para aprofundarmos a “sã doutrina da salvação.”

Antes de tudo, deixemos claro qual é nossa intenção. Vivemos em um país onde, por graça de Deus e por luta da própria Igreja Católica, se assegura a liberdade religiosa. Nosso texto não deseja ofender ninguém; muito menos tem intenções proselitistas. O intuito é fortalecer na fé àqueles que conheceram o amor de Jesus e estão perseverando em Sua Igreja.

O maior perigo para nossa fé é aquilo que o Papa Bento XVI designa como a “ditadura do relativismo”. Esse é o pensamento dominante em nossa sociedade e significa que não há verdades absolutas, que todas as coisas são relativas e ai daqueles que contestarem essas ideias. Infelizmente isso é o que mais escutamos em termos morais e espirituais: “Todos os caminhos levam a Deus” Quem crê em Jesus e o tem como Mestre e Senhor não poderia nunca afirmar isso, pois seria desmentir o que Ele mesmo disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por Mim.” (Jo 14, 16) Nossa fé precisa ser purificada. Não podemos seguir Jesus e continuar com dúvidas doutrinais, crer em outros espíritos ou seguir práticas ocultas.

Voltemos ao espiritismo. Infelizmente, em nosso país a doutrina espírita sempre teve grande penetração até mesmo entre os católicos. A maioria de nós já deve ter entrado em um centro espírita, lido alguma literatura sobre a reencarnação ou ter familiares e amigos kardecistas. O desafio é que o espiritismo sempre teve um ar intelectual e sofisticado, sendo até chamado de espiritismo de mesa, branco ou elevado. Sempre foi respeitado, ao contrário do espiritismo baixo praticado pela umbanda e o candomblé, que eram perseguidos até pela polícia.

Precisamos entender o porquê do fascínio do espiritismo no Brasil e para isso voltemos às origens lá no século XIX. Depois da ascensão do Iluminismo e do Racionalismo como filosofias dominantes e das revoluções políticas na França e nos Estados Unidos, o mundo intelectual sofreu um esvaziamento espiritual que viria culminar no maior desastre filosófico de todos os tempos: o Positivismo. O Positivismo, dentre outros erros, afirma que o conhecimento só pode ser baseado na experiência sensória e científica. O principal nome do Positivismo, o francês Auguste Comte, publicou a partir de 1830 vários livros expondo essa filosofia. A base do seu pensamento é evolutista: para ele, houve três estágios na evolução social humana: o teológico, o metafísico e o positivo. No primeiro estágio, o homem baseava toda sua vida em Deus e nos ensinamentos da Igreja; no segundo, o homem teria se libertado da dependência de Deus e buscava os seus direitos para viver em liberdade, igualdade e fraternidade (o lema da Revolução Francesa); no terceiro estágio, o homem já estaria pronto para se governar sozinho. Nesse estágio, também chamado científico, o homem através da técnica e da ciência dominaria a si mesmo e a natureza. Lembremos que esse pensamento evolucionista também está presente nos escritos de Marx, que almejava uma sociedade ideal, sem classes sociais nem religiões.

Nesse contexto que exaltava a ciência quase de forma religiosa, surge o espiritismo. Como sabemos o homem tem sede de Deus e não pode viver sem uma experiência do Seu amor. O homem racional e científico do século 19 não aguentou viver sem uma experiência espiritual e buscou fora da fé cristã algo para preencher sua alma estéril e sedenta. Começam a explodir “manifestações de espíritos” nos Estados Unidos e na Europa. Na década de 1850, um típico pensador da época, o francês Hippolyte Rivail, que iria adotar o nome de Allan Kardec, teve contato com esta “novidade”. Ele começou a acompanhar sessões onde médiuns se comunicavam com “espíritos superiores” e ficou impressionado. A partir daí, resolveu empreender um “método científico”, formulando questões a esses tais espíritos. Dessas perguntas, surgem seus livros, que são a base do espiritismo. É interessante notar que o espiritismo responde à necessidade de uma época, seguindo o pensamento predominante evolutista. Para o espiritismo, a primeira revelação foi a Lei de Moisés, a segunda o cristianismo, a terceira o espiritismo – três estágios que nem o Positivismo, lembram-se?

O espiritismo baseado em Kardec, o kardecismo, é especialmente popular no Brasil. Por que será? Sabemos que nossa república foi proclamada por militares simpatizantes do Positivismo, tanto que o lema de nossa bandeira, “Ordem e Progresso”, é inspirado na filosofia de Auguste Comte. Com este pensamento formado na crença cega na ciência e no progresso da sociedade, muitos brasileiros começaram a se interessar pela “doutrina dos espíritos”.

Por ignorância da sua própria fé, por curiosidade, ou por busca de explicações e experiências extraordinárias, muitos católicos começaram a buscar o espiritismo. O espiritismo seduz porque prega a caridade e se afirma cristão. Apresenta explicações científicas para questões misteriosas. Oferece conforto ao se comunicar com entes queridos falecidos. Em seus centros, rezam orações cristãs, pregam a tolerância, e fazem evangelização. Realizam-se até curas milagrosas. Tudo de forma ordenada e racional. Afirma-se até que é possível ser católico e espírita. Usam a Bíblia, seguem ensinamentos cristãos e até elogiam práticas católicas. Alguns dizem até que é tudo a mesma coisa... Veremos em outro momento que o espiritismo é radicalmente contrário ao cristianismo.

Jesus não abençoaria tais práticas! "Cuidai que ninguém vos engane. Muitos virão em meu nome, dizendo: Sou eu. E suduzirão a muitos." (Mc 13, 5-6)

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